Qual é o problema com as certezas na minha vida?
O problema é que tento analisar as coisas que eu mesma faço: Racionalizar ações que foram movidas à emoção ou no impulso, coisas que fiz sem pensar. Mas partindo do ponto de que estamos sempre aprendendo e acrescentando algo aos nossos conhecimentos, a análise de uma atitude pode [ou não] mudar com o tempo.
Isso quer dizer que as certezas que tenho agora podem vir a deixar de ser tão certas assim.
Não sei explicar muito bem.
Porque quando uma pessoa me coloca na parede "de quem você gosta?", "quem vc quer?", "vc gosta de mim?" eu simplesmente gaguejo e respondo não muito crente nas respostas que eu mesma dou? Porque é tão difícil assim saber o que quero? Tento entender isso sempre.
A nova da vez é que eu não estou gostando de ninguém, mas quero. Não precisa ser amor, sabe? Acho que nem tô preparada pra amar de novo... Só aquela sensaçãozinha gostosa de flerte e de carinho que a gente costuma ter com alguém, só disso que preciso. No fim da história, tudo se resume à carência mesmo. É o carinho que me falta, não o amor.
Aí você me pergunta: porque amar alguém e não conseguir deixar que ela te dê carinho? Bom, eu quero só o carinho por agora. O amor pode crescer depois, pode até surgir em outra pessoa. Não posso arriscar ferir quem amo.
Mas e o ciúme? Pra mim, uma das coisas mais complicadas de se explicar.
Meu entendimento agora é que, como não ganho o carinho que quero de ninguém, a atenção"cobrada" dos meus amigos e o ciúme que eu já tenho [normalmente] deles aumenta significativamente. Aí junta duas dessas pessoas que eu amo e morro de ciúmes pra ficar, como proceder? Principalmente se vc tá bêbada, né? A maior bad trip do momento: ciúmes. Que sensação é aquela de sentir o sangue correndo, os dentes travando e o formigamento subindo lá do seu pé até suas bochechas e orelha? Aí o coração acelera e a respiração fica mais pesada... Nunca tinha sentido isso tão intenso, sabe? Não que me lembre, pelo menos. Foi horrível, me doeu, tive que falar.
Algumas pessoas disseram que foi egoísmo, mas não achei. Eu não me senti bem com a situação, na hora. Acho que na amizade a gente tem mesmo que falar quando não se sente à vontade. E eu realmente não me sinto à vontade com amigas minhas ficando com qualquer ex que seja. Mas vocês tem mesmo que concordar que eu já tenho um histórico doloroso relacionado à esse quesito. E bota doloroso nisso, não é verdade?
Aí que surgiram as perguntas e eu comecei a confundir tudo de novo:
Como assim "porque vc não fica com ela?" Sei lá, sinto que vai estragar tudo. Não estou disposta a ferir ninguém e no que diz respeito à amor isso é muito provável que aconteça.
Como assim "o que/quem você quer?" Eu não sei o que eu quero. Esse é exatamente o problema na minha vida agora.
Como assim "vc gosta de mim?" Claro que gosto! Amo. Só que a gente é amiga e só. Eu já fiz um texto falando de amizade tendo você como uma das minhas inspirações, PORQUE DIABOS EU TENHO QUE CONFUNDIR AS COISAS? Tô mais que atenta ao fato de que não tem mais nada a ver. Que viagem, né?
No fim das contas eu devo desculpas, mas não me arrependo. Disse o que tava sentindo, foi preciso pra mim. O baque inicial já foi e o ciúme eu controlo, sempre controlei. De qualquer forma, páro por aqui. Cansei de simplesmente engolir meus sentimentos pra não desagradar as pessoas, mas quem sou eu pra pedir que outra pessoa engula o que ELA está sentindo só pra não ME desagradar? Isso sim seria egoísta da minha prate. Já disse o que tinha que dizer.
Mas e quanto às perguntas que me fizeram? E quanto às minhas atitudes? Acho que entendo o que acontece, mas sei que daqui um mês eu vou entender de um jeito diferente e pensar que eu estava sendo ingênua demais nessa história.
No fundo eu tenho certeza do meu amor por certas pessoas... Mas simplesmente sinto que nenhuma delas pode me dar o que eu preciso. Ou que eu não possa dar o que elas precisam, né... E só vale a pena quando ambos, num relacionamento, conseguem oferecer tudo que o outro precisa [e mais um pouco, as vezes].
Mas é aí que surge outra questão: e se eu estiver errada? A resposta é: "não sei".
Tá sendo assim mais do que nunca na minha vida. Tudo é certeza e ao mesmo tempo tudo é dúvida.
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
sábado, 5 de fevereiro de 2011
Certezas que geram incertezas
Ontem eu tava lendo um texto... Um conto, baseado em uma história real de uma menina. Me identifiquei. A história dela é completamente diferente da minha, mas ao mesmo tempo tem alguma coisa que a faz tão igual... Não dá pra entender direito.
Quando terminei de ler comecei a refletir... Ela me fez pensar muito nos meus namoros. Principalmente dois em especial, os mais intensos de todos, um com um homem e outro com uma mulher. Um deles com a pessoa que eu mais amei de todas. Mas não gosto muito de falar isso... É injusto com meus outros relacionamentos confessar que teve um mais especial que eles na minha vida... Todos foram muito especiais. Geralmente as pessoas só falam que "não dá pra comparar, é diferente". Não é que eu não tenha amado das outras vezes... Eu amei muito, até. Mas a intensidade da amizade, da cumplicidade e do tesão, tudo isso era diferente. Já me relacionei com outras pessoas dps, já amei dps. Mas não foi a msm coisa. Eu pensava nele o dia inteiro, conversava, sentia tesão... Mas aquele frio na barriga não era tão frequente, nem tão intenso quanto era com ela. Mas ele existia e também era diferente dos outros namoros. Foi ótimo poder amar alguém e ser amada de volta.
Mas quando eu penso nisso agora, eu vejo o tanto que eu fui egoísta. Ele me dava todo carinho do mundo e eu não conseguia dar pra ele nem metade do que ele merece. Estranho isso, né? A gente amar a pessoa mas simplesmente não conseguir ser o suficiente pra ela ou pelo menos não sentir que consegue.
Meu problema era só esse: por mais que eu me esforçasse, eu sempre senti que não era suficiente pra ele, que ele era muito, pro que eu conseguia retribuir. Só que, ao contrário do que muitos pensam, eu não conseguia retribuir porque simplesmente tem uma parte do meu coração que eu até hoje sinto não ser minha. Eu a dei a alguém com tanta vontade, que quando ele me foi 'devolvido' é como se eu é que tivesse pegando o coração de alguém pra guardar. Ele tá comigo, mas não é meu. E eu temia que se eu realmente entregasse ele, que estaria sendo desonesta ou sei lá. Mas eu o amava, disso eu tenho mais do que certeza. O que eu sentia por ele era muito gostoso, muito bonito, mas não o suficiente. É assim que eu sou, agora. Tenho o pé atrás com todo mundo, não consigo confiar demais. E se eu entregasse meu coração pra ele de vez, como eu fiz naquele relacionamento anterior e ele me devolvesse tbm? Que que eu ia fazer? Esse pesamento me perseguia. Me persegue até hoje, na verdade. Aí no fim, foi uma das duas coisas mais egoístas que eu fiz na vida. Aceitei o coração e a alma de alguém sem coragem de oferecer o/a meu/minha por completo. E coração e alma pela metade não adianta muita coisa. Eu é quem deveria ter terminado com aquilo, como já fiz em outro relacionamento: percebi que não a merecia e que alguém no mundo, com certeza ABSOLUTA, conseguiria fazê-la feliz muito mais que eu, por mais que me esforçasse. Porque com ele eu não consegui isso? Difícil mesmo de entender.
Mas voltando àquele relacionamento a que o conto que eu li me remeteu, acho que o principal é eu ter realmente entregado meu corpo, coração e alma por completo. A maior certeza que eu tinha no mundo era de que eu era a pessoa certa pra ela e que ninguém nesse mundo seria capaz de deixá-la mais feliz que eu. Ou que ela a mim.
A diferença desse namoro era justamente as certezas que eu tinha. Eu tinha certeza em tudo relacionado a ela, aquilo chegava a me amedrontar. Me amedronta até hoje, quando lembro. Pq eu não tinha dúvidas com ela? E porque com todas as outras pessoas, eu tive? "será que ela me ama mesmo?", "será que eu sou realmente capaz de dar o que ela merece?", "será que eu a amo de verdade?", "será que vai durar?", "será que ele ficaria mais feliz com outra pessoa?". Era isso. Nos outros relacionamentos, sabe. Eu não conseguia me entregar, porque as incertezas me faziam de alguma forma pensar que aquilo tudo podia terminar a qualquer momento. E de fato acabaram terminando mesmo. Sofri, mas no fundo eu sabia que aconteceria. Términos são sempre complicados, mesmo quando a gente sabe que vai acontecer, ou quando a gente mesmo que termina. Mas sempre acaba sendo melhor. Todos os meus relacionamentos incertos acabaram e levaram praquelas pessoas pacerceiras que as fazem felizes. E eu não tenho dúvida de que é uma felicidade que eu simplesmente não seria capaz de dar, por mais que me esforçasse. É que as pessoas sentem as incertezas do amor que lhes é dado e isso as deixa incertas tbm.
Só tive certeza uma vez. Engraçado né? Eu tô falando isso agora, mas quando tá acontecendo eu não consigo fazer essas análises racionais das coisas. Os sentimentos não deixam a gente pensar com clareza. Mas pensando agora, em todos os relacionamentos, a diferença não era o amor em si, pois ele existiu em todos. A diferença era a segurança e a certeza que eu tinha de que eu conseguia fazer ela realmente feliz e que ela me fazia mais feliz que qualquer outra pessoa. Era incírvel aquela sensação. É até meio prepotente, se for parar pra pensar. Tomar pra si como verdade de que você, dentre todas as pessoas do mundo inteiro, é a melhor pessoa praquele alguém ali na sua frente. E que esse alguém é, definitivamente, a melhor pessoa pra você naquela hora. Além dessa certeza, eu tinha a certeza de que aquilo ia durar pra sempre. Eu tinha a certeza de tudo que eu fazia, tudo que eu sentia. Eu era 100%, eu tava entregue. Eu nucna tinha sido 100% com ninguém. Nem comigo mesma. Isso dá medo, sabiam? Vocês já sentiram isso? O ser humano é meio retardado. Onde já se viu, ter certeza de tudo e começar a se amedrontar. E se é o medo que gera as incertezas da gente, então como pode entender o fato de várias certezas começarem a te deixar incerta?
A gente começou a ter problemas no namoro. Não por minha causa, ou por causa dela. Por fatores externos msm, pessoas relacionadas intimamente a nós que conseguiam influenciar completamente no nosso relacionamento. Família é assim. Por mais que a gente diga que não, que a gente force uma independência, nossa família sempre vai influenciar a gente, sempre vai influenciar nossos relacionamentos. As vezes a gente aguenta aquilo, impõe pra eles e dá tudo certo. Mas tem outras vezes que simplesmente afeta e a gente não pode fazer nada a respeito.
Não que eles quuizessem que a gente sofresse. Mas é que eles não entendiam aquilo tudo, na época. Aí a gente começou a se afastar. Fisicamente, eu digo. A gente não conseguia se ver, mais. Aquilo matava a gente. Aí, naquela de não conseguir encontrar nunca, naquela confusão toda, com muita saudade, e muita carência, é que a dúvida começou a surgir. "Eu tô destruindo tudo que ela tem com a família dela, ela tá passando por algo que ela não conseguiria imaginar nem no pior pesadelo dela... Será que eu sou a melhor pessoa do mundo pra ela mesmo? Será que ela não conseguiria encontrar alguém que a faria mais feliz do que eu faço? Será que se fosse outra pessoa, a família dela ia aceitar e ela ia conseguir ser mais feliz que comigo?" Fui fraca. Não consegui enfrentar aquilo sem achar que a culpa era toda minha. E é claro que não era. Aquilo era uma escolha dela, independente de mim. Uma escolha que ela havia feito quase 4 anos antes, quando ela nem sonhava em me conhecer. Eu era muito imatura ainda, é isso. A parte de mim que diz respeito a sentimentos é um pouco imatura em certos aspectos. Ela sentiu minhas incertezas, tenho certeza. RSRS. Como eu disse, dá pra perceber mto bem quando alguém tá incerto no namoro. O negócio é que minha incerteza dizia respeito a existência de alguém melhor pra ela do que eu, mas nunca ao meu amor por ela. Essa acho que é a maior certeza que eu tenho até hoje.
Aí eu pisei na bola. FEIO. Pela psicologia [é claro que eu analisei tudo psicologicamente, do jeitinho que mamãe me ensinou. rs] dá pra analisar que meu inconciente tava com medo de não fazê-la feliz e tava me afastando dela. Fiz a única coisa no mundo que a faria terminar comigo, pq eu já não sabia mais se eu era suficiente pra ela. Tinha certeza que ela era pra mim, mas não se eu seria o que ela precisava que eu fosse. Deu certo, né. Eu a conhecia tão bem que sabia, quando me contaram o que eu fiz (não lembro de tão bêbada), que não teria mais jeito. Nunca tinha escondido nada dela, mas não consegui contar isso. Falei pra mim que contaria ao vivo, era melhor. Mas hoje eu sei que eu só não tava conseguindo encarar o fato de que eu tinha perdido o amor da minha vida. Só não tinha contado pra ela ainda, mas sabia que tinha perdido. Adiei a covnersa por duas semanas. A gente não se encontrou, tava realmente difícil na casa dela. Os pais dela viajaram com ela no meio do semestre letivo. Só pra ela não se encontrar comigo, óbvio. Não consegui mais. Era horrível esconder qualquer coisa dela. A gente tava brigando. A última semana foi a única em que a gente brigou, desde que a gente se conheceu, mesmo depois que terminamos. Foi realmente a única vez que brigamos. A gente simplesmente não brigava nunca. Aquela semana era meu inconciente afastando ela de mim, de novo. Aí contei. Por msn mesmo. Não consegui mais esperar, sabia que ia demorar a vê-la. Ela terminou. Eu sabia que ia acontecer, sabia que ela não iria perdoar. Não vejo outro motivo pra eu ter feito o que fiz senão fazer ela terminar comigo.
Mas aí meu mundo simplesmente desabou. Eu achei que fosse ser como da última vez... Foi difícil, mas meu céu ainda tava lá em cima. só que dessa vez não foi assim. Viajei que era melhor terminar, mas eu amava demais pra fazê-lo, dei meu jeito. Acontece que foi a maior idiotice que eu fiz em toda a minha vida. Fiz ela sofrer e perder a confiança em mim. Foi horrível. Até hoje penso nisso de vez em quando.
Porque sou tão fraca pra essas coisas? Porque tomei as decisões sobre a vida de duas pessoas sem consultar essa outra pessoa envolvida? Porque presumi que aquilo seria melhor pra todo mundo? Porque não tive coragem e força pra passar por aquela barra toda e mostrar pra ela que eu a amava com todas as minhas forças?
A minha dúvida era se eu conseguiria fazê-la realmente feliz, mas tinha certeza de que ela me faria mais feliz que qualquer outra pessoa no mundo. Eu peguei a única certeza que ela tinha, naquele momento difícil pelo qual ela tava passando, e destruí. Mostrei pra ela que ela não podia ter aquela certeza, porque eu não tinha. Porque ela tem certeza que sou a melhor pessoa pra ela e eu não tenho? Porque não consigo acreditar que consigo ser a melhor do mundo pra quem é a melhor do mundo pra mim? Fui burra, fraca, covarde e, sobretudo, egoísta. Meu amor por ela ainda tá aqui. Ele nunca diminuiu, sabe. As vezes sinto um aperto no peito e me bate uma saudade incrível daquela sensação. Aquilo que eu sentia quando acordava, quando a via, quando conversava com ela, quando a beijava, quando ia dormir com, ou sem, ela do meu lado. Ela nem precisava tá perto de mim, aquela sensação tava sempre comigo. Não dá pra descrevê-la, mas se vc sente ou já sentiu isso por alguém, vai saber do que tô falando.
Agora a gente é amiga, sabe. Quando penso na gente junta, como namorada, acho que não tem mais nada a ver. Eu mudei muito, ela mudou muito. E o carinho que a gente sente uma pela outra é diferente agora. Carinho de amiga.
Tenho muito orgulho de dizer que me dou muito bem com todos que já se relacionaram comigo de uma forma mais intensa. E nunca me senti ofendida quando eles começaram a namorar de novo... É isso mesmo que eu desejo pra eles: felicidade. Não deu certo comigo, mas eu sei que cada um ali é especial e o mínimo que merecem é a felicidade. E se eu não consegui, outra pessoa vai. Sempre tem alguém que consegue.
Uma hora a minha chega também.
Quando terminei de ler comecei a refletir... Ela me fez pensar muito nos meus namoros. Principalmente dois em especial, os mais intensos de todos, um com um homem e outro com uma mulher. Um deles com a pessoa que eu mais amei de todas. Mas não gosto muito de falar isso... É injusto com meus outros relacionamentos confessar que teve um mais especial que eles na minha vida... Todos foram muito especiais. Geralmente as pessoas só falam que "não dá pra comparar, é diferente". Não é que eu não tenha amado das outras vezes... Eu amei muito, até. Mas a intensidade da amizade, da cumplicidade e do tesão, tudo isso era diferente. Já me relacionei com outras pessoas dps, já amei dps. Mas não foi a msm coisa. Eu pensava nele o dia inteiro, conversava, sentia tesão... Mas aquele frio na barriga não era tão frequente, nem tão intenso quanto era com ela. Mas ele existia e também era diferente dos outros namoros. Foi ótimo poder amar alguém e ser amada de volta.
Mas quando eu penso nisso agora, eu vejo o tanto que eu fui egoísta. Ele me dava todo carinho do mundo e eu não conseguia dar pra ele nem metade do que ele merece. Estranho isso, né? A gente amar a pessoa mas simplesmente não conseguir ser o suficiente pra ela ou pelo menos não sentir que consegue.
Meu problema era só esse: por mais que eu me esforçasse, eu sempre senti que não era suficiente pra ele, que ele era muito, pro que eu conseguia retribuir. Só que, ao contrário do que muitos pensam, eu não conseguia retribuir porque simplesmente tem uma parte do meu coração que eu até hoje sinto não ser minha. Eu a dei a alguém com tanta vontade, que quando ele me foi 'devolvido' é como se eu é que tivesse pegando o coração de alguém pra guardar. Ele tá comigo, mas não é meu. E eu temia que se eu realmente entregasse ele, que estaria sendo desonesta ou sei lá. Mas eu o amava, disso eu tenho mais do que certeza. O que eu sentia por ele era muito gostoso, muito bonito, mas não o suficiente. É assim que eu sou, agora. Tenho o pé atrás com todo mundo, não consigo confiar demais. E se eu entregasse meu coração pra ele de vez, como eu fiz naquele relacionamento anterior e ele me devolvesse tbm? Que que eu ia fazer? Esse pesamento me perseguia. Me persegue até hoje, na verdade. Aí no fim, foi uma das duas coisas mais egoístas que eu fiz na vida. Aceitei o coração e a alma de alguém sem coragem de oferecer o/a meu/minha por completo. E coração e alma pela metade não adianta muita coisa. Eu é quem deveria ter terminado com aquilo, como já fiz em outro relacionamento: percebi que não a merecia e que alguém no mundo, com certeza ABSOLUTA, conseguiria fazê-la feliz muito mais que eu, por mais que me esforçasse. Porque com ele eu não consegui isso? Difícil mesmo de entender.
Mas voltando àquele relacionamento a que o conto que eu li me remeteu, acho que o principal é eu ter realmente entregado meu corpo, coração e alma por completo. A maior certeza que eu tinha no mundo era de que eu era a pessoa certa pra ela e que ninguém nesse mundo seria capaz de deixá-la mais feliz que eu. Ou que ela a mim.
A diferença desse namoro era justamente as certezas que eu tinha. Eu tinha certeza em tudo relacionado a ela, aquilo chegava a me amedrontar. Me amedronta até hoje, quando lembro. Pq eu não tinha dúvidas com ela? E porque com todas as outras pessoas, eu tive? "será que ela me ama mesmo?", "será que eu sou realmente capaz de dar o que ela merece?", "será que eu a amo de verdade?", "será que vai durar?", "será que ele ficaria mais feliz com outra pessoa?". Era isso. Nos outros relacionamentos, sabe. Eu não conseguia me entregar, porque as incertezas me faziam de alguma forma pensar que aquilo tudo podia terminar a qualquer momento. E de fato acabaram terminando mesmo. Sofri, mas no fundo eu sabia que aconteceria. Términos são sempre complicados, mesmo quando a gente sabe que vai acontecer, ou quando a gente mesmo que termina. Mas sempre acaba sendo melhor. Todos os meus relacionamentos incertos acabaram e levaram praquelas pessoas pacerceiras que as fazem felizes. E eu não tenho dúvida de que é uma felicidade que eu simplesmente não seria capaz de dar, por mais que me esforçasse. É que as pessoas sentem as incertezas do amor que lhes é dado e isso as deixa incertas tbm.
Só tive certeza uma vez. Engraçado né? Eu tô falando isso agora, mas quando tá acontecendo eu não consigo fazer essas análises racionais das coisas. Os sentimentos não deixam a gente pensar com clareza. Mas pensando agora, em todos os relacionamentos, a diferença não era o amor em si, pois ele existiu em todos. A diferença era a segurança e a certeza que eu tinha de que eu conseguia fazer ela realmente feliz e que ela me fazia mais feliz que qualquer outra pessoa. Era incírvel aquela sensação. É até meio prepotente, se for parar pra pensar. Tomar pra si como verdade de que você, dentre todas as pessoas do mundo inteiro, é a melhor pessoa praquele alguém ali na sua frente. E que esse alguém é, definitivamente, a melhor pessoa pra você naquela hora. Além dessa certeza, eu tinha a certeza de que aquilo ia durar pra sempre. Eu tinha a certeza de tudo que eu fazia, tudo que eu sentia. Eu era 100%, eu tava entregue. Eu nucna tinha sido 100% com ninguém. Nem comigo mesma. Isso dá medo, sabiam? Vocês já sentiram isso? O ser humano é meio retardado. Onde já se viu, ter certeza de tudo e começar a se amedrontar. E se é o medo que gera as incertezas da gente, então como pode entender o fato de várias certezas começarem a te deixar incerta?
A gente começou a ter problemas no namoro. Não por minha causa, ou por causa dela. Por fatores externos msm, pessoas relacionadas intimamente a nós que conseguiam influenciar completamente no nosso relacionamento. Família é assim. Por mais que a gente diga que não, que a gente force uma independência, nossa família sempre vai influenciar a gente, sempre vai influenciar nossos relacionamentos. As vezes a gente aguenta aquilo, impõe pra eles e dá tudo certo. Mas tem outras vezes que simplesmente afeta e a gente não pode fazer nada a respeito.
Não que eles quuizessem que a gente sofresse. Mas é que eles não entendiam aquilo tudo, na época. Aí a gente começou a se afastar. Fisicamente, eu digo. A gente não conseguia se ver, mais. Aquilo matava a gente. Aí, naquela de não conseguir encontrar nunca, naquela confusão toda, com muita saudade, e muita carência, é que a dúvida começou a surgir. "Eu tô destruindo tudo que ela tem com a família dela, ela tá passando por algo que ela não conseguiria imaginar nem no pior pesadelo dela... Será que eu sou a melhor pessoa do mundo pra ela mesmo? Será que ela não conseguiria encontrar alguém que a faria mais feliz do que eu faço? Será que se fosse outra pessoa, a família dela ia aceitar e ela ia conseguir ser mais feliz que comigo?" Fui fraca. Não consegui enfrentar aquilo sem achar que a culpa era toda minha. E é claro que não era. Aquilo era uma escolha dela, independente de mim. Uma escolha que ela havia feito quase 4 anos antes, quando ela nem sonhava em me conhecer. Eu era muito imatura ainda, é isso. A parte de mim que diz respeito a sentimentos é um pouco imatura em certos aspectos. Ela sentiu minhas incertezas, tenho certeza. RSRS. Como eu disse, dá pra perceber mto bem quando alguém tá incerto no namoro. O negócio é que minha incerteza dizia respeito a existência de alguém melhor pra ela do que eu, mas nunca ao meu amor por ela. Essa acho que é a maior certeza que eu tenho até hoje.
Aí eu pisei na bola. FEIO. Pela psicologia [é claro que eu analisei tudo psicologicamente, do jeitinho que mamãe me ensinou. rs] dá pra analisar que meu inconciente tava com medo de não fazê-la feliz e tava me afastando dela. Fiz a única coisa no mundo que a faria terminar comigo, pq eu já não sabia mais se eu era suficiente pra ela. Tinha certeza que ela era pra mim, mas não se eu seria o que ela precisava que eu fosse. Deu certo, né. Eu a conhecia tão bem que sabia, quando me contaram o que eu fiz (não lembro de tão bêbada), que não teria mais jeito. Nunca tinha escondido nada dela, mas não consegui contar isso. Falei pra mim que contaria ao vivo, era melhor. Mas hoje eu sei que eu só não tava conseguindo encarar o fato de que eu tinha perdido o amor da minha vida. Só não tinha contado pra ela ainda, mas sabia que tinha perdido. Adiei a covnersa por duas semanas. A gente não se encontrou, tava realmente difícil na casa dela. Os pais dela viajaram com ela no meio do semestre letivo. Só pra ela não se encontrar comigo, óbvio. Não consegui mais. Era horrível esconder qualquer coisa dela. A gente tava brigando. A última semana foi a única em que a gente brigou, desde que a gente se conheceu, mesmo depois que terminamos. Foi realmente a única vez que brigamos. A gente simplesmente não brigava nunca. Aquela semana era meu inconciente afastando ela de mim, de novo. Aí contei. Por msn mesmo. Não consegui mais esperar, sabia que ia demorar a vê-la. Ela terminou. Eu sabia que ia acontecer, sabia que ela não iria perdoar. Não vejo outro motivo pra eu ter feito o que fiz senão fazer ela terminar comigo.
Mas aí meu mundo simplesmente desabou. Eu achei que fosse ser como da última vez... Foi difícil, mas meu céu ainda tava lá em cima. só que dessa vez não foi assim. Viajei que era melhor terminar, mas eu amava demais pra fazê-lo, dei meu jeito. Acontece que foi a maior idiotice que eu fiz em toda a minha vida. Fiz ela sofrer e perder a confiança em mim. Foi horrível. Até hoje penso nisso de vez em quando.
Porque sou tão fraca pra essas coisas? Porque tomei as decisões sobre a vida de duas pessoas sem consultar essa outra pessoa envolvida? Porque presumi que aquilo seria melhor pra todo mundo? Porque não tive coragem e força pra passar por aquela barra toda e mostrar pra ela que eu a amava com todas as minhas forças?
A minha dúvida era se eu conseguiria fazê-la realmente feliz, mas tinha certeza de que ela me faria mais feliz que qualquer outra pessoa no mundo. Eu peguei a única certeza que ela tinha, naquele momento difícil pelo qual ela tava passando, e destruí. Mostrei pra ela que ela não podia ter aquela certeza, porque eu não tinha. Porque ela tem certeza que sou a melhor pessoa pra ela e eu não tenho? Porque não consigo acreditar que consigo ser a melhor do mundo pra quem é a melhor do mundo pra mim? Fui burra, fraca, covarde e, sobretudo, egoísta. Meu amor por ela ainda tá aqui. Ele nunca diminuiu, sabe. As vezes sinto um aperto no peito e me bate uma saudade incrível daquela sensação. Aquilo que eu sentia quando acordava, quando a via, quando conversava com ela, quando a beijava, quando ia dormir com, ou sem, ela do meu lado. Ela nem precisava tá perto de mim, aquela sensação tava sempre comigo. Não dá pra descrevê-la, mas se vc sente ou já sentiu isso por alguém, vai saber do que tô falando.
Agora a gente é amiga, sabe. Quando penso na gente junta, como namorada, acho que não tem mais nada a ver. Eu mudei muito, ela mudou muito. E o carinho que a gente sente uma pela outra é diferente agora. Carinho de amiga.
Tenho muito orgulho de dizer que me dou muito bem com todos que já se relacionaram comigo de uma forma mais intensa. E nunca me senti ofendida quando eles começaram a namorar de novo... É isso mesmo que eu desejo pra eles: felicidade. Não deu certo comigo, mas eu sei que cada um ali é especial e o mínimo que merecem é a felicidade. E se eu não consegui, outra pessoa vai. Sempre tem alguém que consegue.
Uma hora a minha chega também.
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