quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Nada de finais felizes pra mim.

Eu estive pensando em amor. Claro! Tenho pensado em amor sempre, afinal, tenho muito aqui dentro de mim... Mas as pessoas sempre tentam entender o porquê de um determinado relacionamento não dar certo quando ambas as partes têm certeza do amor que sentem. Eu já tentei, por muito tempo, entender. E agora as coisas parecem tão claras...
Todo mundo ama, por mais que negue isso. O importante é estar preparado pra esse amor, porque temos que concordar que o amor é simplesmente complicado. Ou complicadamente simples, como preferirem.
Quem nega o amor que sente é por saber não estar preparado... Mas é normal acharmos que estamos preparados, quando não estamos. Ou sabermos que não estamos preparados e ainda assim tentar viver aquele amor.
Quem não quer viver um amor, não é mesmo? Quem nunca se sentiu despreparado, mas mesmo assim mergulhou de cabeça numa história de amor? É por isso que as vezes as coisas acabam, simplesmente, sem explicação. Não que eu acredite que este é o único motivo pra um relacionamento terminar sem explicação... Mas acredito que seja um dos principais, proporcionalmente falando. Comigo foi assim, acho.
Mas e a sensação de estar preparado? Que loucura que é essa sensação, hein?! Eu acho que no fundo, no fundo, eu nunca me senti realmente preparada pra amar e ser amada por completo. Até agora.
E é engraçado, que parece que as pessoas percebem isso. Ou não, né... Mas eu REALMENTE tenho aquela sensação de "até quem me vê na fila do pão", sabe? E me vem uma certeza de que essa história vai ser ótima. Continuar sendo ótima, pra ser mais exata.
E pr'aqueles que me desejam um final feliz, eu agradeço desde já. Mas não quero.
Eu desejo ser feliz. Quanto ao final... Bom, espero que ele passe bem longe de mim.








"O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato
O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço
O amor comeu meus cartões de visita
O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome
O amor comeu minhas roupas, meus lenços e minhas camisas
O amor comeu metros e metros de gravatas
O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus
O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos
O amor comeu minha paz e minha guerra, meu dia e minha noite, meu inverno e meu verão
Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte."


Cordel do Fogo Encantado

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Repentinamente

De repente uma pessoa que você já gostou logo de cara acaba entrando na sua vida de uma forma que você não imaginava que entraria quando a conheceu. Dessas que você imagina que lhe daria apenas a amizade, sabe?
Daquelas pessoas que concordam com você em tudo que você pensa quando se trata de relacionamentos e que tem a cabeça aberta pra aceitar e conversar sobre tudo que vocês discordam. Das que não se importam em se divertir sendo 'babaca' de vez em quando ou conversando sobre coisas idiotas como se fossem as coisas mais sérias do mundo... Das que você sente que pode ser melhor amiga e se abrir sempre, sobre toda e qualquer coisa... E que, de um segundo pro outro, você sente como se vocês se conhecessem há anos e acaba nem ligando pra pudores que você costuma ter até com algumas das suas amigas mais íntimas ou que não conseguiu perder nem com pessoas que se relacionaram com você por um tempo considerável...
Aí você começa a perceber um sentimento forte que só faz crescer... E claro que você fica morrendo de medo. Mas sempre que esse medo vem, essa pessoa consegue lhe deixar mais tranquila e lhe passar uma segurança que poucas pessoas já conseguiram. Se é que alguém já conseguiu.
É ouvir um 'nós' em uma frase que sempre se ouviu um 'você'. Ou ter um 'e sua' como resposta à um 'você é linda'. E se isso tudo não bastar pra lhe tirar o medo e a insegurança, você vai receber uma carta lhe dizendo que você tem o coração dela 'inteira e intensamente nas mãos'.
Aí quando você menos percebe, está completamente apaixonada. E nem se preocupa mais com isso.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Divagações Metaforizadas

Cá estava eu, mexendo no facebook, quando cliquei em um aplicativo que me mandou a seguinte frase de Caio Fernando Abreu:

"Abaixo a razão e o pensamento! O negócio é só sentir, meu irmão, só sentir... Pensar já era! Pensar acabou, não se usa mais!"


Eu gostei dessa frase, apesar de um tanto quanto radical... Tenho um lado emocional muito forte, mas meu lado racional também o é. Todos os dias, a todo momento, meu emocional e meu racional se confrontam, cada um com sua arma. São batalhas que terminam já seguidas de perto por uma novinha em folha. Dúvidas, questionamentos e incertezas que rondam meus pensamentos e fazem com que ele inicie, mais uma vez, uma briga com meu lado emocional, cada vez com um argumento novo. Mas porque isso? Qual a finalidade disso tudo?
É muito complicado tentar explicar esse tipo de coisa. São dois lados que vivem em conflito constante dentro de mim [e de todo mundo, com certeza]. Acho que é como um mecanismo de defesa. É o pai brigando com o filho com o intuito de protegê-lo e o filho se rebelando, querendo mostrar que sabe se virar... As vezes o filho quebra a cara, as vezes o pai percebe que não deve ser tão rígido.
Como em uma relação de pai e filho, pra que o convívio seja saudável, cada um deve ter sua vez de se expressar e deve haver respeito mútuo. O pai deve ouvir as opiniões do filho, mas o filho tem que entender que o pai deve ser respeitado e só quer o seu melhor. Relações interpessoais familiares são complicadas também, mas acho que é uma metáfora que todos vão entender...
Voltando à citação do Caio Fernando, fiquei pensando como seria bom se as pessoas se permitissem, ao menos de vez em quando, parar de pensar... Hoje em dia todo mundo faz exatamente o contrário! Pensam demais e se esquecem que existe algo além disso. Cadê o 'sentir' nessa sociedade? Onde está o papai racional deixando o filho emocional ir à uma festa com os amigos, se esbanjar em felicidades e bons momentos? Tudo que se vê são filhos que estavam se divertindo um dia, ralaram o joelho ou quebraram o braço e nunca mais quiseram sair de casa pra brincar. Aquele rapazinho que tomou um esporro do pai e nunca mais o desobedeceu. Mas aí qual é a graça da vida senão se aventurar, enfrentar o perigo, mostrar pro pai que um esporro e um castigo não vão fazer com que vc deixe de sair com os amigos ou que quebrar um braço não vai fazê-lo desistir de aprender a andar de bicicleta? Não se deve desistir e cruzar os braços. Pra conseguir andar de bicicleta é preciso insistir... Ter coragem, enfrentar o medo de cair e tentar pedalar de novo...
Sentimentos só são bixos de sete cabeças assustadores quando tentamos entendê-los demais. O negócio é parar de se reprimir e se deixar levar de vez em quando... Fechar os olhos e sentir o vento no rosto.
"Não há tempo que volte, amor... Vamos viver tudo que há pra viver, vamos nos permitir"

domingo, 15 de maio de 2011

A necessidade do querer

Há uns dias atrás eu fiz uma publicação no facebook que gerou uma polêmica inesperada por mim:

"É estranha essa sensação, né? De que vc precisa de alguém...
Eu sei que precisar não é a palavra. É querer. Mas é um querer tão forte que chega a ser necessário. 'Precisar' acaba por definir melhor, talvez"

Teve gente dizendo que precisar de alguém nunca é bom. E eu concordo!
Mas me expressei mal e acabei sendo mal interpretada. É que é meio difícil de explicar o que eu realmente queria dizer... [tanto que eu coloquei um 'talvez' no final da frase. rs]
Mas enfim... Talvez 'precisar' realmente não seja a melhor definição, senão não teria causado essa polêmica. Não falei no sentido de 'não consigo viver sem' e sim no sentido de 'não quero viver sem'. A história muda muito com essas duas interpretações...
De qualquer forma, pensando sobre o assunto, eu realmente me equivoquei com o comentário... Depois de tudo que eu passei, uma coisa que aprendi foi a viver só. Sei que preciso de mim e de mais ninguém pra viver bem... Acho que apenas fico um pouco confusa em meio a sentimentos.
Já falei que meu problema é tentar racionalizar emoções o tempo todo, e eu acho que emoções não podem ser racionalizadas. Elas são interpretadas de formas diferentes, por pessoas diferentes, em momentos diferentes. Emoções são sempre contextualizadas. Posso explicar de uma forma que, pra mim, seja extremamente clara e simples [ou não] mas quem lê contextualiza aquilo em sua própria vida. É como uma obra de arte, cada um interpreta à sua maneira.
No fim das contas, não é da pessoa que eu preciso. [Claro que eu quero muito que dê certo, mas
sei que se não der certo eu vou ficar bem.] A necessidade real é a do sentimento, a vontade de 'querer'.
A sensação de querer alguém faz a gente se sentir mais humana, sei lá. Mesmo que não seja um sentimento correspondido, mesmo que nos faça sofrer. Dá uma sensação de estar viva.
E todo mundo precisa se sentir vivo.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Power

Essa música me faz lembrar de tanta, mas tanta coisa, que me dá vontade de chorar... Mas um choro bom, sabe? Daqueles que a gente chora quando lembra de uma época triste... Mas não chora pelas tristezas da época, e sim pelo fato de ter conseguido superá-las, sabe?
Não sei se consigo explicar direito... Só sei que essa música me faz bem.



"Quando a noite cair e o som te lembrar algum sonho bom
E fazer tudo transcender: tristeza vai sumir e ninguém vai sofrer...

Sintonize sua vibração, não há tempo pra viver em vão
E não pense mais em desistir, existe um mundo que só quer te ver sorrir.

Não chora, a nossa vida é feita mesmo para se aprender!
E agora é hora de tentar se libertar, não vai doer...

Deixe a energia do som te levar, a vibe positiva solta pelo ar...
Quem sente com a alma é capaz de amar, tá sempre livre pra cantar"

terça-feira, 29 de março de 2011

E agora, José?

Ando refletindo sobre minha vida nos últimos dois meses... Quem é essa que me possuiu e saiu por aí fazendo coisas que eu sempre critiquei? De repente eu caí em mim. Pra que fugir tanto? Porque tanto medo da vida? Depois de tanta confusão, sofrimentos, decepções e mágoas [muito grandes, por sinal] me vejo com medo de profundidade. Me tornei uma pessoa superficial, que não se deixa envolver, que não se permite nenhum tipo de relacionamento que exija um mínimo de confiança em outrem [e que fique bem claro que por 'relacionamento' eu tbm quero dizer novas amizades. As pessoas têm mania de pensar que 'relacionamento' diz-se apenas de namoros e afins]. Odeio essa pessoa que me tornei. A confiança sempre foi algo que valorizei ao máximo e agora não consigo confiar em ninguém. Não me permiti nenhum tipo de relacionamento que durasse mais que uma noite, uma balada, uma bebedeira, uma Label, Dduck, que seja. Isso tudo me fez querer saber onde foi parar aquela Maira confiante e carinhosa que eu era... Comecei a cansar da solidão que essa coisa de 'um beijo pra nunca mais' me trouxe. Daquela solidão que sentimos quando estamos rodeados de gente [é a pior delas, definitivamente].
Mas aí resolvi me permitir e comecei a sentir carinho por alguém... E que gostosa é essa sensação, de se importar. Fazia tanto tempo que eu não sentia esse carinho... É muito difícil querer confiar e não conseguir. Toda confiança que eu tinha nas pessoas [e mais ainda a confiança que eu tinha em mim mesma] foi simplesmente destroçada nesses últimos anos. E quando eu não consigo confiar, eu fico insegura. E quando eu fico insegura, o que eu faço? Fujo. E quando eu fujo, o que acontece? Eu piso na bola com alguém. Com alguém com quem me importo, o que é pior. E agora, José? E se não tiver mais volta? Não quero mais isso. Vou mudar. Cansei de vazio.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Tudo é dúvida

Qual é o problema com as certezas na minha vida?
O problema é que tento analisar as coisas que eu mesma faço: Racionalizar ações que foram movidas à emoção ou no impulso, coisas que fiz sem pensar. Mas partindo do ponto de que estamos sempre aprendendo e acrescentando algo aos nossos conhecimentos, a análise de uma atitude pode [ou não] mudar com o tempo.
Isso quer dizer que as certezas que tenho agora podem vir a deixar de ser tão certas assim.
Não sei explicar muito bem.
Porque quando uma pessoa me coloca na parede "de quem você gosta?", "quem vc quer?", "vc gosta de mim?" eu simplesmente gaguejo e respondo não muito crente nas respostas que eu mesma dou? Porque é tão difícil assim saber o que quero? Tento entender isso sempre.
A nova da vez é que eu não estou gostando de ninguém, mas quero. Não precisa ser amor, sabe? Acho que nem tô preparada pra amar de novo... Só aquela sensaçãozinha gostosa de flerte e de carinho que a gente costuma ter com alguém, só disso que preciso. No fim da história, tudo se resume à carência mesmo. É o carinho que me falta, não o amor.
Aí você me pergunta: porque amar alguém e não conseguir deixar que ela te dê carinho? Bom, eu quero só o carinho por agora. O amor pode crescer depois, pode até surgir em outra pessoa. Não posso arriscar ferir quem amo.
Mas e o ciúme? Pra mim, uma das coisas mais complicadas de se explicar.
Meu entendimento agora é que, como não ganho o carinho que quero de ninguém, a atenção"cobrada" dos meus amigos e o ciúme que eu já tenho [normalmente] deles aumenta significativamente. Aí junta duas dessas pessoas que eu amo e morro de ciúmes pra ficar, como proceder? Principalmente se vc tá bêbada, né? A maior bad trip do momento: ciúmes. Que sensação é aquela de sentir o sangue correndo, os dentes travando e o formigamento subindo lá do seu pé até suas bochechas e orelha? Aí o coração acelera e a respiração fica mais pesada... Nunca tinha sentido isso tão intenso, sabe? Não que me lembre, pelo menos. Foi horrível, me doeu, tive que falar.
Algumas pessoas disseram que foi egoísmo, mas não achei. Eu não me senti bem com a situação, na hora. Acho que na amizade a gente tem mesmo que falar quando não se sente à vontade. E eu realmente não me sinto à vontade com amigas minhas ficando com qualquer ex que seja. Mas vocês tem mesmo que concordar que eu já tenho um histórico doloroso relacionado à esse quesito. E bota doloroso nisso, não é verdade?
Aí que surgiram as perguntas e eu comecei a confundir tudo de novo:
Como assim "porque vc não fica com ela?" Sei lá, sinto que vai estragar tudo. Não estou disposta a ferir ninguém e no que diz respeito à amor isso é muito provável que aconteça.
Como assim "o que/quem você quer?" Eu não sei o que eu quero. Esse é exatamente o problema na minha vida agora.
Como assim "vc gosta de mim?" Claro que gosto! Amo. Só que a gente é amiga e só. Eu já fiz um texto falando de amizade tendo você como uma das minhas inspirações, PORQUE DIABOS EU TENHO QUE CONFUNDIR AS COISAS? Tô mais que atenta ao fato de que não tem mais nada a ver. Que viagem, né?
No fim das contas eu devo desculpas, mas não me arrependo. Disse o que tava sentindo, foi preciso pra mim. O baque inicial já foi e o ciúme eu controlo, sempre controlei. De qualquer forma, páro por aqui. Cansei de simplesmente engolir meus sentimentos pra não desagradar as pessoas, mas quem sou eu pra pedir que outra pessoa engula o que ELA está sentindo só pra não ME desagradar? Isso sim seria egoísta da minha prate. Já disse o que tinha que dizer.
Mas e quanto às perguntas que me fizeram? E quanto às minhas atitudes? Acho que entendo o que acontece, mas sei que daqui um mês eu vou entender de um jeito diferente e pensar que eu estava sendo ingênua demais nessa história.
No fundo eu tenho certeza do meu amor por certas pessoas... Mas simplesmente sinto que nenhuma delas pode me dar o que eu preciso. Ou que eu não possa dar o que elas precisam, né... E só vale a pena quando ambos, num relacionamento, conseguem oferecer tudo que o outro precisa [e mais um pouco, as vezes].
Mas é aí que surge outra questão: e se eu estiver errada? A resposta é: "não sei".
Tá sendo assim mais do que nunca na minha vida. Tudo é certeza e ao mesmo tempo tudo é dúvida.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Certezas que geram incertezas

Ontem eu tava lendo um texto... Um conto, baseado em uma história real de uma menina. Me identifiquei. A história dela é completamente diferente da minha, mas ao mesmo tempo tem alguma coisa que a faz tão igual... Não dá pra entender direito.
Quando terminei de ler comecei a refletir... Ela me fez pensar muito nos meus namoros. Principalmente dois em especial, os mais intensos de todos, um com um homem e outro com uma mulher. Um deles com a pessoa que eu mais amei de todas. Mas não gosto muito de falar isso... É injusto com meus outros relacionamentos confessar que teve um mais especial que eles na minha vida... Todos foram muito especiais. Geralmente as pessoas só falam que "não dá pra comparar, é diferente". Não é que eu não tenha amado das outras vezes... Eu amei muito, até. Mas a intensidade da amizade, da cumplicidade e do tesão, tudo isso era diferente. Já me relacionei com outras pessoas dps, já amei dps. Mas não foi a msm coisa. Eu pensava nele o dia inteiro, conversava, sentia tesão... Mas aquele frio na barriga não era tão frequente, nem tão intenso quanto era com ela. Mas ele existia e também era diferente dos outros namoros. Foi ótimo poder amar alguém e ser amada de volta.
Mas quando eu penso nisso agora, eu vejo o tanto que eu fui egoísta. Ele me dava todo carinho do mundo e eu não conseguia dar pra ele nem metade do que ele merece. Estranho isso, né? A gente amar a pessoa mas simplesmente não conseguir ser o suficiente pra ela ou pelo menos não sentir que consegue.
Meu problema era só esse: por mais que eu me esforçasse, eu sempre senti que não era suficiente pra ele, que ele era muito, pro que eu conseguia retribuir. Só que, ao contrário do que muitos pensam, eu não conseguia retribuir porque simplesmente tem uma parte do meu coração que eu até hoje sinto não ser minha. Eu a dei a alguém com tanta vontade, que quando ele me foi 'devolvido' é como se eu é que tivesse pegando o coração de alguém pra guardar. Ele tá comigo, mas não é meu. E eu temia que se eu realmente entregasse ele, que estaria sendo desonesta ou sei lá. Mas eu o amava, disso eu tenho mais do que certeza. O que eu sentia por ele era muito gostoso, muito bonito, mas não o suficiente. É assim que eu sou, agora. Tenho o pé atrás com todo mundo, não consigo confiar demais. E se eu entregasse meu coração pra ele de vez, como eu fiz naquele relacionamento anterior e ele me devolvesse tbm? Que que eu ia fazer? Esse pesamento me perseguia. Me persegue até hoje, na verdade. Aí no fim, foi uma das duas coisas mais egoístas que eu fiz na vida. Aceitei o coração e a alma de alguém sem coragem de oferecer o/a meu/minha por completo. E coração e alma pela metade não adianta muita coisa. Eu é quem deveria ter terminado com aquilo, como já fiz em outro relacionamento: percebi que não a merecia e que alguém no mundo, com certeza ABSOLUTA, conseguiria fazê-la feliz muito mais que eu, por mais que me esforçasse. Porque com ele eu não consegui isso? Difícil mesmo de entender.
Mas voltando àquele relacionamento a que o conto que eu li me remeteu, acho que o principal é eu ter realmente entregado meu corpo, coração e alma por completo. A maior certeza que eu tinha no mundo era de que eu era a pessoa certa pra ela e que ninguém nesse mundo seria capaz de deixá-la mais feliz que eu. Ou que ela a mim.
A diferença desse namoro era justamente as certezas que eu tinha. Eu tinha certeza em tudo relacionado a ela, aquilo chegava a me amedrontar. Me amedronta até hoje, quando lembro. Pq eu não tinha dúvidas com ela? E porque com todas as outras pessoas, eu tive? "será que ela me ama mesmo?", "será que eu sou realmente capaz de dar o que ela merece?", "será que eu a amo de verdade?", "será que vai durar?", "será que ele ficaria mais feliz com outra pessoa?". Era isso. Nos outros relacionamentos, sabe. Eu não conseguia me entregar, porque as incertezas me faziam de alguma forma pensar que aquilo tudo podia terminar a qualquer momento. E de fato acabaram terminando mesmo. Sofri, mas no fundo eu sabia que aconteceria. Términos são sempre complicados, mesmo quando a gente sabe que vai acontecer, ou quando a gente mesmo que termina. Mas sempre acaba sendo melhor. Todos os meus relacionamentos incertos acabaram e levaram praquelas pessoas pacerceiras que as fazem felizes. E eu não tenho dúvida de que é uma felicidade que eu simplesmente não seria capaz de dar, por mais que me esforçasse. É que as pessoas sentem as incertezas do amor que lhes é dado e isso as deixa incertas tbm.
Só tive certeza uma vez. Engraçado né? Eu tô falando isso agora, mas quando tá acontecendo eu não consigo fazer essas análises racionais das coisas. Os sentimentos não deixam a gente pensar com clareza. Mas pensando agora, em todos os relacionamentos, a diferença não era o amor em si, pois ele existiu em todos. A diferença era a segurança e a certeza que eu tinha de que eu conseguia fazer ela realmente feliz e que ela me fazia mais feliz que qualquer outra pessoa. Era incírvel aquela sensação. É até meio prepotente, se for parar pra pensar. Tomar pra si como verdade de que você, dentre todas as pessoas do mundo inteiro, é a melhor pessoa praquele alguém ali na sua frente. E que esse alguém é, definitivamente, a melhor pessoa pra você naquela hora. Além dessa certeza, eu tinha a certeza de que aquilo ia durar pra sempre. Eu tinha a certeza de tudo que eu fazia, tudo que eu sentia. Eu era 100%, eu tava entregue. Eu nucna tinha sido 100% com ninguém. Nem comigo mesma. Isso dá medo, sabiam? Vocês já sentiram isso? O ser humano é meio retardado. Onde já se viu, ter certeza de tudo e começar a se amedrontar. E se é o medo que gera as incertezas da gente, então como pode entender o fato de várias certezas começarem a te deixar incerta?
A gente começou a ter problemas no namoro. Não por minha causa, ou por causa dela. Por fatores externos msm, pessoas relacionadas intimamente a nós que conseguiam influenciar completamente no nosso relacionamento. Família é assim. Por mais que a gente diga que não, que a gente force uma independência, nossa família sempre vai influenciar a gente, sempre vai influenciar nossos relacionamentos. As vezes a gente aguenta aquilo, impõe pra eles e dá tudo certo. Mas tem outras vezes que simplesmente afeta e a gente não pode fazer nada a respeito.
Não que eles quuizessem que a gente sofresse. Mas é que eles não entendiam aquilo tudo, na época. Aí a gente começou a se afastar. Fisicamente, eu digo. A gente não conseguia se ver, mais. Aquilo matava a gente. Aí, naquela de não conseguir encontrar nunca, naquela confusão toda, com muita saudade, e muita carência, é que a dúvida começou a surgir. "Eu tô destruindo tudo que ela tem com a família dela, ela tá passando por algo que ela não conseguiria imaginar nem no pior pesadelo dela... Será que eu sou a melhor pessoa do mundo pra ela mesmo? Será que ela não conseguiria encontrar alguém que a faria mais feliz do que eu faço? Será que se fosse outra pessoa, a família dela ia aceitar e ela ia conseguir ser mais feliz que comigo?" Fui fraca. Não consegui enfrentar aquilo sem achar que a culpa era toda minha. E é claro que não era. Aquilo era uma escolha dela, independente de mim. Uma escolha que ela havia feito quase 4 anos antes, quando ela nem sonhava em me conhecer. Eu era muito imatura ainda, é isso. A parte de mim que diz respeito a sentimentos é um pouco imatura em certos aspectos. Ela sentiu minhas incertezas, tenho certeza. RSRS. Como eu disse, dá pra perceber mto bem quando alguém tá incerto no namoro. O negócio é que minha incerteza dizia respeito a existência de alguém melhor pra ela do que eu, mas nunca ao meu amor por ela. Essa acho que é a maior certeza que eu tenho até hoje.
Aí eu pisei na bola. FEIO. Pela psicologia [é claro que eu analisei tudo psicologicamente, do jeitinho que mamãe me ensinou. rs] dá pra analisar que meu inconciente tava com medo de não fazê-la feliz e tava me afastando dela. Fiz a única coisa no mundo que a faria terminar comigo, pq eu já não sabia mais se eu era suficiente pra ela. Tinha certeza que ela era pra mim, mas não se eu seria o que ela precisava que eu fosse. Deu certo, né. Eu a conhecia tão bem que sabia, quando me contaram o que eu fiz (não lembro de tão bêbada), que não teria mais jeito. Nunca tinha escondido nada dela, mas não consegui contar isso. Falei pra mim que contaria ao vivo, era melhor. Mas hoje eu sei que eu só não tava conseguindo encarar o fato de que eu tinha perdido o amor da minha vida. Só não tinha contado pra ela ainda, mas sabia que tinha perdido. Adiei a covnersa por duas semanas. A gente não se encontrou, tava realmente difícil na casa dela. Os pais dela viajaram com ela no meio do semestre letivo. Só pra ela não se encontrar comigo, óbvio. Não consegui mais. Era horrível esconder qualquer coisa dela. A gente tava brigando. A última semana foi a única em que a gente brigou, desde que a gente se conheceu, mesmo depois que terminamos. Foi realmente a única vez que brigamos. A gente simplesmente não brigava nunca. Aquela semana era meu inconciente afastando ela de mim, de novo. Aí contei. Por msn mesmo. Não consegui mais esperar, sabia que ia demorar a vê-la. Ela terminou. Eu sabia que ia acontecer, sabia que ela não iria perdoar. Não vejo outro motivo pra eu ter feito o que fiz senão fazer ela terminar comigo.
Mas aí meu mundo simplesmente desabou. Eu achei que fosse ser como da última vez... Foi difícil, mas meu céu ainda tava lá em cima. só que dessa vez não foi assim. Viajei que era melhor terminar, mas eu amava demais pra fazê-lo, dei meu jeito. Acontece que foi a maior idiotice que eu fiz em toda a minha vida. Fiz ela sofrer e perder a confiança em mim. Foi horrível. Até hoje penso nisso de vez em quando.
Porque sou tão fraca pra essas coisas? Porque tomei as decisões sobre a vida de duas pessoas sem consultar essa outra pessoa envolvida? Porque presumi que aquilo seria melhor pra todo mundo? Porque não tive coragem e força pra passar por aquela barra toda e mostrar pra ela que eu a amava com todas as minhas forças?
A minha dúvida era se eu conseguiria fazê-la realmente feliz, mas tinha certeza de que ela me faria mais feliz que qualquer outra pessoa no mundo. Eu peguei a única certeza que ela tinha, naquele momento difícil pelo qual ela tava passando, e destruí. Mostrei pra ela que ela não podia ter aquela certeza, porque eu não tinha. Porque ela tem certeza que sou a melhor pessoa pra ela e eu não tenho? Porque não consigo acreditar que consigo ser a melhor do mundo pra quem é a melhor do mundo pra mim? Fui burra, fraca, covarde e, sobretudo, egoísta. Meu amor por ela ainda tá aqui. Ele nunca diminuiu, sabe. As vezes sinto um aperto no peito e me bate uma saudade incrível daquela sensação. Aquilo que eu sentia quando acordava, quando a via, quando conversava com ela, quando a beijava, quando ia dormir com, ou sem, ela do meu lado. Ela nem precisava tá perto de mim, aquela sensação tava sempre comigo. Não dá pra descrevê-la, mas se vc sente ou já sentiu isso por alguém, vai saber do que tô falando.
Agora a gente é amiga, sabe. Quando penso na gente junta, como namorada, acho que não tem mais nada a ver. Eu mudei muito, ela mudou muito. E o carinho que a gente sente uma pela outra é diferente agora. Carinho de amiga.
Tenho muito orgulho de dizer que me dou muito bem com todos que já se relacionaram comigo de uma forma mais intensa. E nunca me senti ofendida quando eles começaram a namorar de novo... É isso mesmo que eu desejo pra eles: felicidade. Não deu certo comigo, mas eu sei que cada um ali é especial e o mínimo que merecem é a felicidade. E se eu não consegui, outra pessoa vai. Sempre tem alguém que consegue.
Uma hora a minha chega também.